Raios cósmicos estão sendo culpados pelo aquecimento global

Por Richard Gray, Correspondente Científico do Sunday Telegraph (Reino Unido)
Última atualização: 11.12.2009

Fonte: www.telegraph.co.uk/news/main.jhtml?xml=/news/2007/02/11/warm11.xml
Tradução: Odi Melo


As alterações feitas pelo homem no clima podem estar acontecendo num ritmo muito mais lento do que que tem sido alegado, segundo uma nova e controversa pesquisa.

Os cientistas dizem que raios cósmicos provenientes do espaço exterior desempenham um papel bem mais importante nas alterações climáticas da Terra do que os especialistas em aquecimento global antes pensavam.

Num livro a ser publicado esta semana, eles afirmam que as flutuações no número de raios cósmicos que atingem a atmosfera alteram diretamente a quantidade de nuvens que cobre o planeta.

Altos níveis na cobertura de nuvens protegem a Terra e refletem o calor irradiado pelo Sol de volta ao espaço, fazendo com que o planeta esfrie.

Henrik Svensmark, um cientista do clima do Centro Espacial da Dinamarca, que liderou o grupo de pesquisa, acredita que o planeta está passando por um período natural de baixa cobertura de nuvens, por conta de um menor número de raios cósmicos que entram na atmosfera.

Isso, segundo ele, é o responsável por muito do aquecimento global que estamos presenciando.

Ele alega que as emissões de dióxido de carbono (ou CO2, ou gás carbônico), resultantes da atividade humana, estão tendo um impacto menor nas alterações do clima do que os cientistas pensam. Se ele estiver certo, isso poderia significar que a humanidade teria um prazo maior para reduzir nossos efeitos sobre o clima.

A controversa teoria chega uma semana depois que 2.500 cientistas que formam o Comitê Internacional das Nações Unidas para Alterações Climáticas publicaram seu quarto relatório, afirmando que as emissões de dióxido de carbono causariam elevações na temperatura de até 4,5 graus centígrados no final do século.

Svensmark alega que os cálculos utilizados para fazer essa previsão deixaram de considerar em grande parte o efeito dos raios cósmicos sobre a cobertura de nuvens, e a elevação da temperatura devido à atividade humana pode ser muito menor.

Disse ele: "Por muito tempo pensou-se que as nuvens eram causadas por alterações no clima, porém agora vemos que as alterações climáticas são induzidas pelas nuvens. E isso não foi levado em consideração nos modelos utilizados para avaliar os efeitos que o dióxido de carbono tem tido. Talvez venhamos a constatar que o CO2 é responsável por muito menos aquecimento do que pensávamos. E se esse for o caso, as previsões de aquecimento causado pela atividade humana terão que ser revisadas."

Na semana passada, Svensmark publicou a primeira evidência experimental de uma pesquisa de cinco anos sobre a influência que os raios cósmicos têm na produção de nuvens nas Minutas do Royal Society Journal A: Ciências Matemáticas, Físicas e Engenharia. Esta semana, ele vai também publicar um relato mais completo sobre seu trabalho num livro chamado "The Chilling Stars: A New Theory of Climate Change."

Uma equipe com mais de 60 cientistas de todo o mundo está se preparando para realizar um amplo experimento, utilizando um acelerador de partículas em Genebra, Suíça, para reproduzir os efeitos dos raios cósmicos que atingem a atmosfera. Eles esperam que isso comprove se as radiações das profundezas do espaço são responsáveis pelas alterações na cobertura de nuvens. Em caso positivo, isso poderia forçar os cientistas a reavaliar suas idéias sobre como o aquecimento global ocorre.



Os resultados obtidos por Svensmark demonstram que os raios produzem partículas eletricamente carregadas quando esses raios atingem a atmosfera. "Essas partículas atraem moléculas de água do ar e fazem com que elas se agrupem até se condensarem na forma de nuvens", diz ele.

Svensmark alega que o número de raios cósmicos que atingem a Terra é alterado pela atividade magnética ao redor do Sol. Durante os períodos de alta atividade, menos raios cósmicos atingem a Terra e menos nuvens são formadas, resultando em aquecimento.

Baixa atividade solar gera mais nuvens e resfria a Terra.

"Evidências dos núcleos de gelos mostram isso acontecendo desde há muito tempo no passado. Estamos tendo a mais alta atividade solar que já tivemos em pelo menos 1.000 anos", diz ele.

"Os humanos estão tendo um efeito sobre as alterações do clima, mas ao não incluir o efeito dos raios cósmicos nos modelos, os resultados tornam-se imprecisos. O tamanho do impacto do homem pode ser bem menor e então as alterações devidas aos humanos estão ocorrendo de forma mais lenta do que o previsto", continuou ele.

Alguns especialistas em alterações climáticas descartaram as alegações, classificando-as de "tênues".

Giles Harrison, um especialista em nuvens da Reading University, disse que ela tinha feito pesquisas sobre raios cósmicos e seus efeitos nas nuvens, mas acredita que o impacto sobre o clima é bem menor.

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A internet está repleta de matérias sobre esse assunto (hiperatividade solar dos últimos anos está bloqueando a chegada de boa parte dos raios cósmicos na nossa atmosfera, o que causa uma diminuição na formação de nuvens e aumento o aquecimento da Terra).
Tem também a recente descoberta de que o planeta Marte está apresentando um aquecimento "global" similar ao da Terra. Como explicar isso?
Como os resultados obtidos pelos pesquisadores dinamarqueses não são propriamente uma novidade, e como muitos outros especialistas pelo mundo afora estão concordando com eles, provavelmente estamos diante de mais uma daquelas situações em que "experts" criaram uma "verdade" e agora, mesmo que se prove o contrário, será difícil desfazer o erro.
Afinal, os movimentos contra o aquecimento global e o chamado efeito-estufa estão por toda a parte, muito dinheiro já foi e está sendo investido nisso, o assunto está rendendo um estupendo espaço na mídia, e ninguém quer voltar atrás (nem perder seus empregos ou serviços de consultoria, em alguns casos).
Assim, todo mundo vira especialista e fica papagueando o que ouviu de terceiros, com um ar preocupado... Aliás, situação muito parecida com a demonização do colesterol e das gorduras saturadas, do HIV como causador da Aids, etc. Não querendo fazer trocadilho, não há nada de novo sob o Sol...

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Obs.: Eu publiquei essa matéria em 23 de maio de 2007. E recebi algumas críticas (embora não fosse eu o autor do artigo) de pessoas que só acreditam no que a "grande mídia" divulga... Agora  (11/12/2009), saiu uma entrevista (na "grande mídia") com alguém que realmente sabe das coisas e está sendo levado a sério! Clique aqui para ver essa interessante entrevista.

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